terça-feira, julho 25, 2006
World Heavyweight Title, um objecto mágico que traz prestígio e reconhecimento á cintura que o suporta...2002, O undisputed champion Brock Lesnar tornou-se exclusivamente SmackDown, pelo que a Raw ficou sem campão mundial. O então General manager, Eric Bishoff decidiu recuperar a imagem histórica do título heavyweight da sua antiga WCW, associado a nomes incontornáveis da história do wrestling como Ric Flair, Sting, Hulk Hogan e recentemente Bill Goldberg, e atribuíu-o a um homem que para ele e para muitos mais, representava por excelência o campeão e o líder ideal, Triple H.
Durante cerca de três anos ocuparam a Raw algumas das melhores storylines alguma vez criadas em que um título fosse um objecto de desejo e de realização tão forte. Grandes combates surgiram, como por exemplo as três elimination chambers e o Tree Stages Of Hell entre Triple H e Shawn Michaels. Pudemos ver alguns dos maiores wrestlers de sempre a lutarem por ele como Shawn Michaels, Chris Benoit, Chris Jericho, Edge, Booker T e Triple H, assim como grandes promos e momentos de interpretação genial.
O que sempre foi particular foi o facto de ter acontecido uma espécie de simbiose para mim única entre um homem e um objecto, Triple H e o título. Este parece que foi feito para o suportar, facto que nem sempre foi positivo, pois impediu que alguns tão bons ou melhores que ele lhe chegassem ou tivessem capacidade de o reter durante algum tempo. Deu-se uma associação fortíssima entre o homem, o objecto, a fama e a glória, sempre sob a forma de um top heel, que me atrevo a dizer que foi o melhor de sempre na história da WWE. Graças ao Hunter, os serões de Segunda-feira tinham uma energia muito negativa, mas sedutora. Viviamos bons tempos.
Contariando a ideia de um "homem contra o mundo" que persistia no ínicio em relação ao Triple H, reforçado pelo caso "McMahon-Levesque", surgem os Evolution, um grupo que unia grandes super estrelas do passado (Ric Flair), do presente (Triple H) e do Futuro (Batista e Randy Orton), sempre com o intuito de ajudar o Hunter nos seus desejos de glória e nas suas ambições que começavam a ganhar contornos febris sobre "o seu" título. Nesta medida, o grupo como grupo sempre foi um importante suporte ao homem que era a cara da companhia. Paul Levesque consegiu aquilo que muito pecam ao tentar: manter-se no top durante tanto tempo, mas sempre sem cansar os espectadores, pois no fundo, a personagem era a mesma, mas era-nos dada a ver sobre vários angulos de visões fascinantes. Mas por melhor que seja, ninguém é eterno, e ainda para mais com sugestões de storylines de qualidade tão elevada e de dimensões tão profundas como foi em relação á do díscipulo que enfrenta o mestre, chegou a hora do "The Game" perder o título finalmente.
Durante esses três anos houveram nove reinados, cinco do Game e os restantes quatro de Shawn Michaels, Goldberg, Chris Benoit e Randy Orton. Mesmo quando não possuía o WHC, era reconhecido regularmente como o nº1 contender, e de qualquer forma o campeão parecia estar a jobbar para ele numa situação quase irremediável, um "caso quase patulógico". Chris Benoit, um dos melhores wrestlers técnicos de sempre nunca foi reconhecido como um alternativa duradoura, Randy Orton não se mostrou suficientemente maduro para levar um programa da dimensão da Raw aos ombros, restou á equipa de writers aquele que foi durante tempos um refúgio para o campeão, e muitas vezes lhe segurou o prestigiante troféu, Dave Batista.
Triple H tinha provado a todos os seus enimigos que tinha poder suficiente para o vencer tudo e todos. Tanto Jericho como Michaels, Mable, Orton, Benoit, Kane e qualquer um ousasse levantar-se contra o reinado do "Rei dos Reis". Porém após o New Years Revolution de 2005 surgeria uma ameaça muito diferente, que formentou a partir do seu lado. Gradualmente, Batista, um homem de poucas palavras e muita acção, surgiu como number one contender ao seu título após ter vencido a Royal Rumble, que lhe dava o direito de enfrentar o campeão da WWE, John Bradshaw Layfield, e assim mudar-se para a SmackDown!, ou ficar na Raw, junto do seu público e consegrar-se como um dos grandes, corajosamente, sem fugir de ninguém, ao enfrentar o seu mentor, um dos maiores e melhores de sempre.
Aquando da vitória do "The Game" na Elimination Chamber do primeiro pay-per-view de 2005, devido ás circunstâncias, começou a paracer bastante credível e lógica uma feud que levaria a um confronto de porporções "finais" no "greatest stage of them all", Wrestlemania. Assistimos a uma feud muito bem preparada, das melhores dos últimos anos, com promos cinco estrelas e uma preocupação de congelar o confronto entre os dois, que se alimentava de sentimentos incandescentes.
O então campeão, começou a ganhar bastantes acusações de practicar "backstage politics" e de se importar excessivamente com o seu ego, não dando bons contribuitos para o sucesso futuro da companhia (aquilo que hoje Hulk Hogan é acusado). Na minha opinião as pessoas estavam a ser um pouco influênciadas pela personagem, que lhe cabe tão bem e é tão bem representada, que parece mesmo real. De qualquer forma, chegou a altura de um "sim ou soupas". Triple H estava na altura de mudar (daí a que no final da feud com Batista tenha tirado umas férias e regressado um pouco difente, tanto em termos de personagem, como em termos de prestação desportiva), e ficaria-lhe muito bem realizar um dos maiores pushes que representou também uma das grandes apostas individuais da história recente do pro-wrestling por parte da WWE, com vista a criar Main- Eventers de Futuro.
Tal como na Elimination Chamber do SummerSlam de 2003, em que Randy Orton participou ao lado de Triple H, sempre com o objectivo de apenas o proteger (ainda era um membro dos Evolution), o mesmo se passou com Batista no New Year's Revolution. No Verão de 2003 já se anunciavam através de promos como uma em que Orton perguntava a Ric Flair "E se eu vencesse a Elimination Chamber..." que o futuro do WHC estava dentro dos Evolution. O que se passou foi que aí Orton foi precocemente eliminado, não tendo ajudado muito na retenção do título por parte do "Game". Tal não aconteceu por parte do Batista dentro da malvada estrutura, mais uma vez este salvou-o da derrota, facto que veio alimentar uma fogueira que já dava sinais de existência, estou a falar-vos do objectivo de ser campeão do mundo por parte do "Animal", vencendo aquele que com falinhas mansas não passou de um "domador" que o manteve enjaulado durante os tempos de Evolution em relação a oportunidades de se tornar WH Champion, utilizando-o para favores pessois, em troca de muito pouco. É nesta base que nasce uma feud, que como podem ver teve grande potencial.
A tenção entre os dois companheiros era notória pelos espectadores, pois mesmo antes do New Years Revolution começaram algumas brincadeiras mal interpretadas pelo Batista em relação ao Triple H, e um angles que mostravam alguma invalidez do "game", como por exemplo no primeiro Raw do ano de 2005 este disse, após Batista ter destruído Chris Benoit num combate single, que iria precisar dele na Elimination Chamber, mas que nessa mesma noite não, iria vencer Randy Orton á sua própria custa. O que aconteceu foi que estava a levar uma sova do Legend Killer até que Batista apareceu, regozijado, alterando um pouco o rumo das coisas.
Em todos os progrmas que antecederam o pay-per-view haviam angles sabre os três Evolution em que normalmente havia confronto psicológico entre os dois e terminava sempre de modo tranquilo, de modo que desse a entender que Triple H temesse o Batista, e com o Flair a deixar bem explícito que o correcto era que o líder do grupo abandonasse a câmera com o título.
O dia chegou, e após a eliminação de Edge por Chris Jericho, Batista entra, safando o seu mentor de uma situação perigosíssima, um crossface de Chris Benoit. Seguiu-se um festival de porrada por parte do "Animal" que eliminou de seguida Chris Benoit com um spinebuster e depois Chris Jericho com uma Batista Bomb. Restaram dentro da câmera Batista, Randy Orton e Triple H. A luta revelou-se sangrenta, principalmente entre Orton e Batista, que seria elminado aos trinta e dois minutos após um low-blow de Orton, seguido do RKO, enquanto que Triple H se fazia de espectador. Mais tarde, o "The Game" efectuou o Pedigree no seu ex-colega para capturar o título pela décima vez. No final Batista veio festejar com Hunter, juntamente com Ric Flair, pois não se tinha apercebido que Triple H tinha permitido a sua eliminação.
Obviamente este foi um angle que veio juntar muita lenha á fogueira. Dava-nos a entender que Triple H temia muito o "Animal" e que estava receoso de ficar sozinho com ele na Elimination Chamber. Para além de inveja e medo, havia também muita desconfiança entre os dois colossos da Raw. No programa seguinte Randy Orton, destroçado, interrompeu uma promo dos Evolution, em que Triple H se gabava de ser o novo campeão do mundo, enquanto também deu os parabéns a Batista pelo seu comportamento dentro da estrutura. Orton no meio do ringue mostrou algumas fotos ao "Animal" que eram reveladoras do que se passou no combate entre ele e Triple H. Batista explodiu de raiva e ameaçou com um olhos raivosos Triple H que se começou a ver em apuros. A situação estava cada vez mais de cortar á faca, e esta parecia ter sido a gota de água. O pay-per-view Royal Rumble estava á porta e Triple H iria defender o seu título. Eric Bishoff, em consequência do que se passou no grande combate do New Year Revolution que se realizou em Porto Rico, nomeou Randy Orton e Batista como contenders, que lutariam no Raw seguinte para apurar o "nº1 contender". Randy Orton venceu, quebrando uma "invencibilidadezinha" de Batista, que por sinal, enfrentou no programa seguinte os "La Resistence" para se qualificar para a Royal Rumble.
Enquanto que Batista se mostrava ansioso e desciplinado, Hunter e o seu "sancho-pansa" Ric Flair dominavam a Raw e brincavam com quem queriam. Ficou famoso o episódio "The Jim Ross Day", em que Triple H estragou a festa do lendário comentador e ameaçou a convidada Stacey Keibler, que em storyline andava numa curtes com o seu oponente no próximo PPV, Orton. No fundo a tenção tinha desanuviado entre os dois, pois Hunter numa promo revelou ao seu discípulo que teria todo o prazer e orgulho em defender o seu título contra Batista, ainda mais se ele vencesse a Royal Rumble. Ainda desconfiado, este seguiu o seu caminho, e percorreu-o muito bem, vencendo o combate, o que lhe deu direito de enfrentar um campeão do mundo (Triple H da Raw ou JBL da SmackDown!) no maior evento de wrestling do ano, a Wrestlemania 21. O "Animal" mostrou uma grande garra e determinação ao eliminar Gene Snitsky, Chris Jericho, Christian, Chris Benoit, Edge e finalmente John Cena, após uma polémica eliminação simultânea. No combate pelo título mundial, Triple H venceu sem problemas o ex-evolution Randy Orton, que sofreu um concussão.
No Raw seguinte, Triple H apresentou Batista numa promo típica dos Evolution, dizendo que o que ele fez na noite anterior foi histórico e que este merece sem dúvida uma hipótese de lutar pelo título dele, e voltou a repetir que estava muito orgulhoso do seu companheiro. O que mudou foi o facto do Game ter relembrado ao Batista que foi ele que o descobriu e que se não fosse ele, Batista não teria sido o que é hoje. Entretando, no ecran passa um entrevista gravada como JBL a insultar Batista e o seu mentor, facto que poderia alterar os planos do "Animal" de lutar contra o Triple H na Wrestlemania, pois este tinha poder de escolha entre as duas "brands".
Eric Bishoff mostrou-se sempre relutante em deixar que Dave Batista assinasse pela marca azul, mas após intreferências diárias entre os dois programas, Batista começou a mostrar-se interessado por tirar o título da WWE ao multimilionário, e assim cuprir as promessas do Triple H, que o cativava com sonhos de dois títulos e dois amigos a unir a companhia. Algo que seria inédito e único. Alegadamente o roster da SmackDown! estaria a gozar com a cara do "Animal".
Na Raw persistia a ideia de que o Hunter sem o Batista não era nada, e apesar de parecer estar tudo tranquilo entre os dois, Batista continuava a dar sinais de querer destruír Triple H pelo título mundial, no entanto, ainda se mostrava muito confuso em relação á decisão que poderia alterar o rumo da sua carreira. No Japão deu-se um dos melhores combates do ano, em que Triple H defendia o seu título mundial contra Edge, que esteve perto da vitória, até que Batista intreferiu, esmagando a estrela irreverente. No final, o Animal levantou o braço de Triple H em sinal de vitória e reconhecimento, mas não tirou os olhos do objecto dourado que ele empunhava...
O dia da decisão chegou, e após a Samackdown!, em que Batista invadiu o programa rival para se vingar de algumas intreferências de JBL no seu programa, deu-se o "contract singning". Tudo apontava para o facto de Dave escolher a SmackDown em favor da sua casa, quando passou uma vinheta no programa em que Triple H admitia a Ric Flair que tudo o que tinha acontecido a Batista e JBL tinha sido uma farsa que ele tinha orquestrado para o afastar do seu título, afirmando que era o melhor para os dois e que por vezes Dave não era suficientemente esperto para saber o que era melhor para ele. Então um movimento do cameraman mostrou que Batista estava a escutar á porta, mostrando um riso bem maléfico. No main-event do programa, deu-se finalmente o momento decisivo. Após grandes discursos quer de Eric Bishoff e de Triple H, Batista apenas disse que sabia o que ia fazer desde á muito tempo, atirando o contracto da Raw para o chão. Ric Flair e Triple H levantaram os polegares para cima, mas Batista contariou o movimento, deixando no ar a ideia de que ia assinar pela Raw, atacando de seguida os dois e efectuado uma Powerbomb ao Hunter em cima da mesa do contracto. Batista assinou no final da promo e exclamou as palavras memoráveis: "Brother...I'll stay right here on Raw... And at Wrestlemania I'm taking the Word Championiship... From You!!"
Apartir daí os jogos psicológicos tornaram-se muito mais agressivos e abertos, e esta super feud começou a ficar finalmente física, tendo Batista derrotado Ric Flair mais que uma vez na Raw, e tendo gravado uma promo que explicava as suas razões de ter escolhido a Raw. Por seu lado, Triple H precisou de relembrar ao público que ele é "The best damn thing in the business" e que não tem medo do seu "Animal", pois segundo ele é como uma criança de 140 kilos e ele é o seu pai dentro do ring. "I will tech him a lesson he would never forget...". Os fãs estavam totalmente a puxar pelo Dave, conseguindo este uma populariedade incrível nos últimos três meses, o tempo que demorou a que ficasse "Unleashed". Nas três Raws seguintes assistimos à construcção dos outros combates principalmente, pois esta feud ja estava bem construída, mas ainda assim houveram alguns bons cuidados como por exemplo abrir mais o jogo em relação ao "The Game" e afasta-los de qualquer confronto em combate real. Em vez disso em dois programas consecutivos realizaram-se encontros "Pick Your Poison", que consistiam na escolha de um adversário por parte de Triple H em relação a Batista e vice versa. Batista venceu Kane e Triple H venceu Chris Benoit, o que nos deixou antever que estavam ambos em grande forma, prontos a oferecer-nos um grande espectáculo na Wrestlemania.
No dia 3 de Abril de 2005 deu-se finalmente o tão esperado combate que acabou com uam vitória clarissíma por parte de Dave. Depois de um combate não tão bom quanto a tensão espectacular da feud, mas que foi efectivamente bastante satisfatório. Após boas manobras parte a parte Batista efectua a Bastista Bomb no meio do ringue, para marcar pinfall, terminando assim com o reinado hegemónico do "Cerebral Assassin".
Batista conquistou o sonho da vida de qualquer wrestler ao tornar-se campeão do mundo de pesos pesados. Tornou-se também numa referência, ao mostrar-se incasávelmente trabalhador, e uma potencial estrela mediática, apesar de ser bastante reservado e pouco eloquente. O que se seguiu ? Foi Bom ou Mau ? Dave esteve á altura ? São respostas que vos trago na próxima edição do "Unleashed to the world", que focará o pós Triple H e a sua transição para a SmackDown!
TO BE CONTINUED...
Durante cerca de três anos ocuparam a Raw algumas das melhores storylines alguma vez criadas em que um título fosse um objecto de desejo e de realização tão forte. Grandes combates surgiram, como por exemplo as três elimination chambers e o Tree Stages Of Hell entre Triple H e Shawn Michaels. Pudemos ver alguns dos maiores wrestlers de sempre a lutarem por ele como Shawn Michaels, Chris Benoit, Chris Jericho, Edge, Booker T e Triple H, assim como grandes promos e momentos de interpretação genial.
O que sempre foi particular foi o facto de ter acontecido uma espécie de simbiose para mim única entre um homem e um objecto, Triple H e o título. Este parece que foi feito para o suportar, facto que nem sempre foi positivo, pois impediu que alguns tão bons ou melhores que ele lhe chegassem ou tivessem capacidade de o reter durante algum tempo. Deu-se uma associação fortíssima entre o homem, o objecto, a fama e a glória, sempre sob a forma de um top heel, que me atrevo a dizer que foi o melhor de sempre na história da WWE. Graças ao Hunter, os serões de Segunda-feira tinham uma energia muito negativa, mas sedutora. Viviamos bons tempos.
Contariando a ideia de um "homem contra o mundo" que persistia no ínicio em relação ao Triple H, reforçado pelo caso "McMahon-Levesque", surgem os Evolution, um grupo que unia grandes super estrelas do passado (Ric Flair), do presente (Triple H) e do Futuro (Batista e Randy Orton), sempre com o intuito de ajudar o Hunter nos seus desejos de glória e nas suas ambições que começavam a ganhar contornos febris sobre "o seu" título. Nesta medida, o grupo como grupo sempre foi um importante suporte ao homem que era a cara da companhia. Paul Levesque consegiu aquilo que muito pecam ao tentar: manter-se no top durante tanto tempo, mas sempre sem cansar os espectadores, pois no fundo, a personagem era a mesma, mas era-nos dada a ver sobre vários angulos de visões fascinantes. Mas por melhor que seja, ninguém é eterno, e ainda para mais com sugestões de storylines de qualidade tão elevada e de dimensões tão profundas como foi em relação á do díscipulo que enfrenta o mestre, chegou a hora do "The Game" perder o título finalmente.
Durante esses três anos houveram nove reinados, cinco do Game e os restantes quatro de Shawn Michaels, Goldberg, Chris Benoit e Randy Orton. Mesmo quando não possuía o WHC, era reconhecido regularmente como o nº1 contender, e de qualquer forma o campeão parecia estar a jobbar para ele numa situação quase irremediável, um "caso quase patulógico". Chris Benoit, um dos melhores wrestlers técnicos de sempre nunca foi reconhecido como um alternativa duradoura, Randy Orton não se mostrou suficientemente maduro para levar um programa da dimensão da Raw aos ombros, restou á equipa de writers aquele que foi durante tempos um refúgio para o campeão, e muitas vezes lhe segurou o prestigiante troféu, Dave Batista.
Triple H tinha provado a todos os seus enimigos que tinha poder suficiente para o vencer tudo e todos. Tanto Jericho como Michaels, Mable, Orton, Benoit, Kane e qualquer um ousasse levantar-se contra o reinado do "Rei dos Reis". Porém após o New Years Revolution de 2005 surgeria uma ameaça muito diferente, que formentou a partir do seu lado. Gradualmente, Batista, um homem de poucas palavras e muita acção, surgiu como number one contender ao seu título após ter vencido a Royal Rumble, que lhe dava o direito de enfrentar o campeão da WWE, John Bradshaw Layfield, e assim mudar-se para a SmackDown!, ou ficar na Raw, junto do seu público e consegrar-se como um dos grandes, corajosamente, sem fugir de ninguém, ao enfrentar o seu mentor, um dos maiores e melhores de sempre.
Aquando da vitória do "The Game" na Elimination Chamber do primeiro pay-per-view de 2005, devido ás circunstâncias, começou a paracer bastante credível e lógica uma feud que levaria a um confronto de porporções "finais" no "greatest stage of them all", Wrestlemania. Assistimos a uma feud muito bem preparada, das melhores dos últimos anos, com promos cinco estrelas e uma preocupação de congelar o confronto entre os dois, que se alimentava de sentimentos incandescentes.
O então campeão, começou a ganhar bastantes acusações de practicar "backstage politics" e de se importar excessivamente com o seu ego, não dando bons contribuitos para o sucesso futuro da companhia (aquilo que hoje Hulk Hogan é acusado). Na minha opinião as pessoas estavam a ser um pouco influênciadas pela personagem, que lhe cabe tão bem e é tão bem representada, que parece mesmo real. De qualquer forma, chegou a altura de um "sim ou soupas". Triple H estava na altura de mudar (daí a que no final da feud com Batista tenha tirado umas férias e regressado um pouco difente, tanto em termos de personagem, como em termos de prestação desportiva), e ficaria-lhe muito bem realizar um dos maiores pushes que representou também uma das grandes apostas individuais da história recente do pro-wrestling por parte da WWE, com vista a criar Main- Eventers de Futuro.
Tal como na Elimination Chamber do SummerSlam de 2003, em que Randy Orton participou ao lado de Triple H, sempre com o objectivo de apenas o proteger (ainda era um membro dos Evolution), o mesmo se passou com Batista no New Year's Revolution. No Verão de 2003 já se anunciavam através de promos como uma em que Orton perguntava a Ric Flair "E se eu vencesse a Elimination Chamber..." que o futuro do WHC estava dentro dos Evolution. O que se passou foi que aí Orton foi precocemente eliminado, não tendo ajudado muito na retenção do título por parte do "Game". Tal não aconteceu por parte do Batista dentro da malvada estrutura, mais uma vez este salvou-o da derrota, facto que veio alimentar uma fogueira que já dava sinais de existência, estou a falar-vos do objectivo de ser campeão do mundo por parte do "Animal", vencendo aquele que com falinhas mansas não passou de um "domador" que o manteve enjaulado durante os tempos de Evolution em relação a oportunidades de se tornar WH Champion, utilizando-o para favores pessois, em troca de muito pouco. É nesta base que nasce uma feud, que como podem ver teve grande potencial.
A tenção entre os dois companheiros era notória pelos espectadores, pois mesmo antes do New Years Revolution começaram algumas brincadeiras mal interpretadas pelo Batista em relação ao Triple H, e um angles que mostravam alguma invalidez do "game", como por exemplo no primeiro Raw do ano de 2005 este disse, após Batista ter destruído Chris Benoit num combate single, que iria precisar dele na Elimination Chamber, mas que nessa mesma noite não, iria vencer Randy Orton á sua própria custa. O que aconteceu foi que estava a levar uma sova do Legend Killer até que Batista apareceu, regozijado, alterando um pouco o rumo das coisas.
Em todos os progrmas que antecederam o pay-per-view haviam angles sabre os três Evolution em que normalmente havia confronto psicológico entre os dois e terminava sempre de modo tranquilo, de modo que desse a entender que Triple H temesse o Batista, e com o Flair a deixar bem explícito que o correcto era que o líder do grupo abandonasse a câmera com o título.
O dia chegou, e após a eliminação de Edge por Chris Jericho, Batista entra, safando o seu mentor de uma situação perigosíssima, um crossface de Chris Benoit. Seguiu-se um festival de porrada por parte do "Animal" que eliminou de seguida Chris Benoit com um spinebuster e depois Chris Jericho com uma Batista Bomb. Restaram dentro da câmera Batista, Randy Orton e Triple H. A luta revelou-se sangrenta, principalmente entre Orton e Batista, que seria elminado aos trinta e dois minutos após um low-blow de Orton, seguido do RKO, enquanto que Triple H se fazia de espectador. Mais tarde, o "The Game" efectuou o Pedigree no seu ex-colega para capturar o título pela décima vez. No final Batista veio festejar com Hunter, juntamente com Ric Flair, pois não se tinha apercebido que Triple H tinha permitido a sua eliminação.
Obviamente este foi um angle que veio juntar muita lenha á fogueira. Dava-nos a entender que Triple H temia muito o "Animal" e que estava receoso de ficar sozinho com ele na Elimination Chamber. Para além de inveja e medo, havia também muita desconfiança entre os dois colossos da Raw. No programa seguinte Randy Orton, destroçado, interrompeu uma promo dos Evolution, em que Triple H se gabava de ser o novo campeão do mundo, enquanto também deu os parabéns a Batista pelo seu comportamento dentro da estrutura. Orton no meio do ringue mostrou algumas fotos ao "Animal" que eram reveladoras do que se passou no combate entre ele e Triple H. Batista explodiu de raiva e ameaçou com um olhos raivosos Triple H que se começou a ver em apuros. A situação estava cada vez mais de cortar á faca, e esta parecia ter sido a gota de água. O pay-per-view Royal Rumble estava á porta e Triple H iria defender o seu título. Eric Bishoff, em consequência do que se passou no grande combate do New Year Revolution que se realizou em Porto Rico, nomeou Randy Orton e Batista como contenders, que lutariam no Raw seguinte para apurar o "nº1 contender". Randy Orton venceu, quebrando uma "invencibilidadezinha" de Batista, que por sinal, enfrentou no programa seguinte os "La Resistence" para se qualificar para a Royal Rumble.
Enquanto que Batista se mostrava ansioso e desciplinado, Hunter e o seu "sancho-pansa" Ric Flair dominavam a Raw e brincavam com quem queriam. Ficou famoso o episódio "The Jim Ross Day", em que Triple H estragou a festa do lendário comentador e ameaçou a convidada Stacey Keibler, que em storyline andava numa curtes com o seu oponente no próximo PPV, Orton. No fundo a tenção tinha desanuviado entre os dois, pois Hunter numa promo revelou ao seu discípulo que teria todo o prazer e orgulho em defender o seu título contra Batista, ainda mais se ele vencesse a Royal Rumble. Ainda desconfiado, este seguiu o seu caminho, e percorreu-o muito bem, vencendo o combate, o que lhe deu direito de enfrentar um campeão do mundo (Triple H da Raw ou JBL da SmackDown!) no maior evento de wrestling do ano, a Wrestlemania 21. O "Animal" mostrou uma grande garra e determinação ao eliminar Gene Snitsky, Chris Jericho, Christian, Chris Benoit, Edge e finalmente John Cena, após uma polémica eliminação simultânea. No combate pelo título mundial, Triple H venceu sem problemas o ex-evolution Randy Orton, que sofreu um concussão.
No Raw seguinte, Triple H apresentou Batista numa promo típica dos Evolution, dizendo que o que ele fez na noite anterior foi histórico e que este merece sem dúvida uma hipótese de lutar pelo título dele, e voltou a repetir que estava muito orgulhoso do seu companheiro. O que mudou foi o facto do Game ter relembrado ao Batista que foi ele que o descobriu e que se não fosse ele, Batista não teria sido o que é hoje. Entretando, no ecran passa um entrevista gravada como JBL a insultar Batista e o seu mentor, facto que poderia alterar os planos do "Animal" de lutar contra o Triple H na Wrestlemania, pois este tinha poder de escolha entre as duas "brands".
Eric Bishoff mostrou-se sempre relutante em deixar que Dave Batista assinasse pela marca azul, mas após intreferências diárias entre os dois programas, Batista começou a mostrar-se interessado por tirar o título da WWE ao multimilionário, e assim cuprir as promessas do Triple H, que o cativava com sonhos de dois títulos e dois amigos a unir a companhia. Algo que seria inédito e único. Alegadamente o roster da SmackDown! estaria a gozar com a cara do "Animal".
Na Raw persistia a ideia de que o Hunter sem o Batista não era nada, e apesar de parecer estar tudo tranquilo entre os dois, Batista continuava a dar sinais de querer destruír Triple H pelo título mundial, no entanto, ainda se mostrava muito confuso em relação á decisão que poderia alterar o rumo da sua carreira. No Japão deu-se um dos melhores combates do ano, em que Triple H defendia o seu título mundial contra Edge, que esteve perto da vitória, até que Batista intreferiu, esmagando a estrela irreverente. No final, o Animal levantou o braço de Triple H em sinal de vitória e reconhecimento, mas não tirou os olhos do objecto dourado que ele empunhava...
O dia da decisão chegou, e após a Samackdown!, em que Batista invadiu o programa rival para se vingar de algumas intreferências de JBL no seu programa, deu-se o "contract singning". Tudo apontava para o facto de Dave escolher a SmackDown em favor da sua casa, quando passou uma vinheta no programa em que Triple H admitia a Ric Flair que tudo o que tinha acontecido a Batista e JBL tinha sido uma farsa que ele tinha orquestrado para o afastar do seu título, afirmando que era o melhor para os dois e que por vezes Dave não era suficientemente esperto para saber o que era melhor para ele. Então um movimento do cameraman mostrou que Batista estava a escutar á porta, mostrando um riso bem maléfico. No main-event do programa, deu-se finalmente o momento decisivo. Após grandes discursos quer de Eric Bishoff e de Triple H, Batista apenas disse que sabia o que ia fazer desde á muito tempo, atirando o contracto da Raw para o chão. Ric Flair e Triple H levantaram os polegares para cima, mas Batista contariou o movimento, deixando no ar a ideia de que ia assinar pela Raw, atacando de seguida os dois e efectuado uma Powerbomb ao Hunter em cima da mesa do contracto. Batista assinou no final da promo e exclamou as palavras memoráveis: "Brother...I'll stay right here on Raw... And at Wrestlemania I'm taking the Word Championiship... From You!!"
Apartir daí os jogos psicológicos tornaram-se muito mais agressivos e abertos, e esta super feud começou a ficar finalmente física, tendo Batista derrotado Ric Flair mais que uma vez na Raw, e tendo gravado uma promo que explicava as suas razões de ter escolhido a Raw. Por seu lado, Triple H precisou de relembrar ao público que ele é "The best damn thing in the business" e que não tem medo do seu "Animal", pois segundo ele é como uma criança de 140 kilos e ele é o seu pai dentro do ring. "I will tech him a lesson he would never forget...". Os fãs estavam totalmente a puxar pelo Dave, conseguindo este uma populariedade incrível nos últimos três meses, o tempo que demorou a que ficasse "Unleashed". Nas três Raws seguintes assistimos à construcção dos outros combates principalmente, pois esta feud ja estava bem construída, mas ainda assim houveram alguns bons cuidados como por exemplo abrir mais o jogo em relação ao "The Game" e afasta-los de qualquer confronto em combate real. Em vez disso em dois programas consecutivos realizaram-se encontros "Pick Your Poison", que consistiam na escolha de um adversário por parte de Triple H em relação a Batista e vice versa. Batista venceu Kane e Triple H venceu Chris Benoit, o que nos deixou antever que estavam ambos em grande forma, prontos a oferecer-nos um grande espectáculo na Wrestlemania.
No dia 3 de Abril de 2005 deu-se finalmente o tão esperado combate que acabou com uam vitória clarissíma por parte de Dave. Depois de um combate não tão bom quanto a tensão espectacular da feud, mas que foi efectivamente bastante satisfatório. Após boas manobras parte a parte Batista efectua a Bastista Bomb no meio do ringue, para marcar pinfall, terminando assim com o reinado hegemónico do "Cerebral Assassin".
Batista conquistou o sonho da vida de qualquer wrestler ao tornar-se campeão do mundo de pesos pesados. Tornou-se também numa referência, ao mostrar-se incasávelmente trabalhador, e uma potencial estrela mediática, apesar de ser bastante reservado e pouco eloquente. O que se seguiu ? Foi Bom ou Mau ? Dave esteve á altura ? São respostas que vos trago na próxima edição do "Unleashed to the world", que focará o pós Triple H e a sua transição para a SmackDown!
TO BE CONTINUED...
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