Bem-vindos a mais uma crónica.

Depois de passar uma semana na praia, depois de andar à procura do “café com o café mais caro”, depois de estar num sitio, que, se não é a capital dos sinais proibidos, estará lá perto, estou de volta aos meus posts nos blogues nacionais. Antes de sair para férias, mesmo no dia anterior, recebi uma notícia choque, da qual não esperava (ou será que já esperava?) e que também tem consequências para a WWE e no geral, todo o Pro Wrestling. Kurt Angle rescindiu com a WWE, embora não ache que demore muito tempo até ele aparecer novamente. Para combater? Num futuro próximo talvez não, mas outras funções talvez.

Mais cedo, veio a notícia do regresso de Jeff Hardy à WWE, e mais precisamente ao RAW. Uma semana depois da sua estreia, o irmão de Matt ganha o lugar por um combate pelo Intercontinental Championship, actualmente na posse de Johnny Nitro. Um combate para o Unforgiven foi marcado e será também que Hardy ganha o título ao ex-MNM? Ou será apenas um “push” para este seu regresso? Aposto mais na última hipótese. Esperar para ver..


Mas não vou fazer um post sobre o Angle ou o Jeff, pois já vi muitos espalhados pela blogosfera nacional, com biografias, crónicas etc. Seria apenas mais uma e não valia a pena, fazer um comentário a essas situações nesse momento. Nesta edição, queria falar de uma stable que nos habituamo-nos a ver nos últimos tempos e talvez seja aquela que mais conhecemos...ou não.

São quase 2 e meia da matina e não estou com nenhum sono. Talvez seja por isso que, sem nada para fazer, venho para o PC, aproveitar e fazer mais uma crónica. Esta será talvez mais curta um bocado, que as últimas que fiz. Semanas atrás, fiz uma bio sobre a stable mais dominadora de sempre (na minha opinião, ta’ claro), a New World Order, uma stable que mudou certamento a “forma” do wrestling. Também esta storyline foi um exagero e ajudou ao fim da WCW, mas isso é outra história.

Estou aqui para falar de outra stable. Stable, o conjunto de wrestlers num grupo numa certa storyline. Stable... serão as stables importantes para o Pro Wrestling? Claro que sim. E esta de que vou falar é um exemplo de isso mesmo. É um exemplo de domínio, carisma, lançar novas promessas para a companhia e para o Wrestling. Serve de tudo um pouco. E os Evolution eram isso mesmo...Vejamos:


Em termos de domínio, não deve haver dúvidas, pois para quem sabe um mínimo da história desta stable sabe perfeitamente a forma como dominou o Raw e como “papavam” os títulos da brand, tendo a certa altura todos os Títulos masculinos em seu poder, ao mesmo tempo, em 2003. Em termos de carisma.. é impossível ficar indiferente a qualquer wrestler que compunha esta stable, mesmo nos tempos actuais. É impossível ficar indiferente a Triple H, Randy Orton, Ric Flair e Batista. Ou gostam, ou não gostam.
Finalmente, lançar estrelas foi uma das grandes realizações dos Evolution. Batista e Orton foram “lançados” para o estrelato da companhia. Não são dos melhores wrestlers no ring, mas já conquistaram a “não indiferença” da maioria do público e ambos já venceram o World Heavyweight Title. Mesmo na sua ruptura com os Evolution.

Dos outros dois membros, não há nada a dizer. Ric Flair, o que de melhor havia no passado, e Triple H, do melhor que há no sempre. Ambos puxam pelo público como ninguém e ambos são excelentes no Microfone. Ambos contam 26 Títulos Mundiais juntos (contando com os 16 de Flair, como a WWE diz, pois Ric tem mais de 16) e são já lendas (futura-lenda, no caso de HHH) deste negócio lucrativo. Só faltava mesmo uma Diva..

Mas passemos a um pouco de história.

Os Evolution, talvez a última grande stable (heel) da WWE, formada por Triple H, Batista, Ric Flair e Randy Orton foi oficialmente fundada no dia 3 de Fevereiro de 2003. Muitos consideravam os Evolution uma “modernização”, se assim poderemos chamar, dos antigos Four Horsemen, stable da NWA e da WCW.
No Unforgiven de 2002, o World Heavyweight Champion da altura, Triple H, “pegou” no seu herói de longa data, Ric Flair, para ser o seu manager. Pouco depois, Batista saiu da SmackDown! e juntou-se à RAW e também escolheu Flair para seu manager. Quando Triple H estava em feud com Scott Steiner nos principios de 2003, Batista veio ajudá-lo várias vezes, juntamente com Randy Orton. O grupo chamava-se “Evolution”, sendo a evolução desta companhia, a WWE. Os membros desta stable representavam o futuro (Batista e Randy Orton), o presente (Triple H) e o passado (Ric Flair) do wrestling profissional.


A stable não teve, de maneira alguma, um começo, com Batista e Orton a lesionarem-se num combate. Vários meses depois, Orton voltou novamente ao grupo, juntamente com Batista, e vieram ajudar Triple H durante a sua feud com Bill Goldberg. Como “recompensa” do seu domínio sobre a RAW, esta grande stable controlou quase todos os títulos da brand da World Wrestling Entertainment, menos, claro, o Women’s Championship. Após o pay-per-view Armageddon 2003, Triple H era o World Heavyweight Champion, Randy Orton era o Intercontinental Champion e os restantes membros, Ric Flair e Batista, eram os World Tag Team Champions. Só faltava mesmo uma mulher para o grupo.

Passado algum tempo, já em 2004, Eugene, foi feito “membro honorário” dos Evolution, para que Triple H pudesse usá-lo para controlar a RAW, a certa altura. Eugene foi mesmo expulso da stable quando acidentalmente custou um combate pelo Título Mundial de Triple H, que lutava contra o campeão dessa altura Chris Benoit, no WWE Vengeance 2004. No Verão de 2004, e depois de ter ganho um posto de Nº1 contender numa Battle Royal, Randy Orton enfrentou Chris Benoit no SummerSlam pelo World Heavyweight Title e venceu mesmo um combate depois de um RKO. Um membro Evolution, sem se chamar Triple H, era Campeão Mundial. No dia 16 de Agosto de 2004, um dia depois dessa vitória do “Legend Killer”, Randy foi expulso dos Evolution. Triple H, acreditando que a ascenção de Orton era demasiado cedo para o seu gosto, acreditava ainda que o Título Mundial era dele e por isso, atacou-o, ajudado pelos restantes membros dos Evolution, sofrendo uma Batista Bomb e um Pedigree essa noite. Na semana seguinte, “The Game” queria que Orton lhe entregasse o título Mundial. No entanto, a face turn do “Legend Killer” ficou completa nessa semana, quando cuspiu na cara de Triple H.


Randy não se ficaria a rir muito mais tempo, pois um mês depois de ter ganho o título, perdeu-o novamente para Triple H no WWE Unforgiven. No Survivor Series, ainda em 2004, defrontaram-se duas equipas: a equipa de HHH e a equipa de Orton. A equipa do ex-campeão venceu, com Randy a aplicar um RKO a Triple H no final do combate.


Depois, já em 2005, na Elimination Chamber, Triple H venceu novamente o título (que estava vacated nessa altura) e na Royal Rumble, venceu Orton mais uma vez, acabando de vez com esta feud.


Nessa mesma Royal Rumble de 2005, outro elemento dos Evolution, Batista, venceu um combate tendo uma oportunidade pelo WWE Title ou World Heavyweight Title, de “Game”. No dia 21 de Fevereiro de 2005, era a vez de Batista escolher se ficava na RAW e defrontava HHH ou ia para a SmackDown! enfrentar o WWE Champion na WrestleMania. Os restantes membros dos Evolution, HHH e Flair, queriam que Batista fosse para a SmackDown! e fizeram de tudo para isso. Mas, no assinar de contrato, e após ter ouvido uma conversa nos balneários entre Triple H e Flair, onde “The Game” dizia mal do “Animal”, Batista decidiu ficar na RAW para enfrentar H e marcou posição, enviando Flair para fora do ring após uma Clothesline e aplicando um Batista Bomb ao Campeão Mundial pela mesa do assinar de contrato. Começava a feud entre Batista e Triple H pelo Título Mundial. No primeiro embate, na WrestleMania 21, Batista venceu HHH e consequentemente o World Championship. A desforra de Triple H veio pouco tempo depois, no Backlash, mas perdeu novamente para o “Animal” que estava imparável. Depois desse PPV, Edge, que tinha ganho o Gold Rush Tournament, numa edição do RAW, teve um combate pelo título frente a Batista. Edge tinha a ajuda de Christian e Tomko, mas depois aparece Ric Flair que ajuda Batista. No final, Batista e Flair abraçam-se quando toca a música de Triple H e dirige-se para o ring com uma marreta. Flair trai Batista com um Low Blow e Triple H ataca o seu... “aprendiz”, chegando a aplicar-lhe um Pedigree em cima do Título Mundial e desafiando-o para um Hell in a Cell, no Vengeance.

No último re-match, Batista conseguiu derrotar HHH na sua especialidade, fazendo 3-0 frente ao Campeão Mundial por 10 vezes. Terminava aqui também esta feud, pois na semana seguinte, Batista foi “draftado” para a SmackDown! no Draft Lottery de 2005.
Os Evolution não eram a mesma coisa agora, pois Batista e Orton tinham saído do grupo e também se tinham juntado à SmackDown!. Depois do Hell in a Cell, Triple H teve alguns meses fora, regressando no dia 3 de Outubro de 2005 (my birthday :D). Triple H e Flair venceram Masters e Carlito nessa noite, mas esse combate acabou com Triple H a atingir Flair com uma marreta. Nessa feud, Flair (que era Intercontinental Champion) venceu HHH no Taboo Tuesday num Steel Cage, mas HHH igualou no Survivor Series vencendo um Last Man Standing. Entretanto, na outra brand, Batista tinha uma feud com Randy Orton, onde tinha Eddie a seu lado, mas fez team com Orton no Survivor Series, no Team Raw vs Team SmackDown!.

Já em 2006, Orton e Triple H trabalharam em conjunto para eliminar Rey Mysterio nos últimos momentos da Royal Rumble, mas, no entanto, o “pequeno” eliminou-os a ambos.


No Saturday Night’s Main Event, dia 18 de Março de 2006, Orton e “Game” pareciam estar novamente a fazer equipa, apesar de estarem em equipas separadas, no Main-Event Raw vs Main-Event SmackDown. No dia 7 de Junho de 2006, Orton anuncia que o seu contrato com a SmackDown! acabou e que está de volta ao RAW. Um mês depois, num House Show, Triple H anuncia Ric Flair membro dos DX, mas apenas por uma noite.

Aqui ficou, mais ou menos resumido, a história dos Evolution. Para uma conclusão, o líder desta stable não podia ser melhor escolhido. Não sei se haverá neste momento melhor líder do que HHH, especialmente numa stable heel, onde ele é...”craque”. Além de ser um excelente wrestler no microfone, consegue entreter um publico e ainda por cima é também muito bom dentro de ring e não é por acaso que Campeão Mundial por 10 vezes. Depois dos Evolution e da feud com Batista e com Ric Flair (a extinção total dos Evolution), agora está nos DX e parece que não consegue viver sem stable. Eu agradeço..Só há um problema.. Agora é face.


Depois temos Ric Flair. Se já tenho poucas palavras para descrever aquilo que HHH significa para o Wrestling, então para o “Nature Boy” será muito dificil. É certo que já passou o seu tempo e parece que, com o passar dos anos, começa a ficar mais maluco e.. “hardcore”. Já com quase 60 anos, Ric Flair ainda luta no ring, mas já não é o que era antigamente. Pode-se dizer que não era o melhor lutador, mas era certamente dos melhores e não é por acaso que é Campeão Mundial por...22 vezes (a WWE só conta 16, como disse em cima). Teve feuds notáveis e combates memoráveis. Mas o tempo dele já passou e estava bem a manager, como era (embora combatesse algumas vezes) nos Evolution.

Depois temos o futuro. Randy Orton, super-estrela de 3ª geração e talvez a futura GRANDE estrela da World Wrestling Entertainment, devido à sua tenra idade. Ainda nos Evolution, aproveitando o grande push que a stable dava e conquistou não só o Intercontinental Title como, e ainda mais importante, o World Championship, sendo o Campeão Mundial mais novo da história. Isso deu-lhe fama, apesar de o seu reinado ter sido mau, apenas de 1 mês de duração e a partir daí ter virado face, quando é excelente a heel. Outra das coisas faladas sobre Orton é o seu comportamento no balneário, que já lhe valeu vários castigos, entre os quais o último na WrestleMania 21, com 2 meses (se não me engano) fora da competição. Quanto a dentro do ring, não é mau nem é um prodígio. Lá se aguenta, mas a gimmick de “Legend Killer” é uma grande vantagem.
Finalmente, temos Batista, o último “futuro” a sair do grupo e a tornar-se World Champion. Primeiro, não acho um Batista um bom Powerhouse como muitos dizem, nem está lá perto. Na minha opinião, não está a par de um Triple H ou Kane. Faz lembrar o Goldberg. Força bruta, mas pouca técnica, tendo uma coisa a mais que o Goldberg: pelo menos não lesionava wrestlers. Também não tem mic skills por aí além, mas o que é certo é que muita gente gosta dele e “vende”, por isso foi Campeão.


Para terminar, vemos que os Evolution foram das stables mais dominadores de sempre, apesar de não ter durado tanto como, por exemplo, uma nWo ou mesmo os D-Generation X. No entanto fizeram a sua marca no Sports Entertainment. Se disse, no inicio, que HHH e Flair tinham 26 títulos juntos, então se juntarmos Orton e Batista temos 28. Imaginem quando todos tiveram terminado a carreira, como vai ser..
Os Evolution também foram, digamos, uma das razões para que Kane ficasse sem a máscara. O Big Red Machine teve uma oportunidade para se juntar aos Evolution, mas recusou, o que levou ao famoso Hair vs Title match, que Kane perdeu.
Para terminar de vez, sem dúvida que o objectivo dos Evolution era criar 2 grandes estrelas e, durante o seu inicio atribulado, com Batista lesionado, até foi avançado Mark Jindrak como seu substituto. No entanto, isso nunca aconteceu e o grupo continuou o mesmo, sendo a única stable em que todos os membros foram Campeões Mundiais, num ponto das suas carreiras.


Acabando esta crónica às 4:30h ...Até para a semana! Comentem!