terça-feira, setembro 19, 2006
PPV Show

Boas pessoal, antes de mais as minhas desculpas aos leitores do wrestlingomania pelo atraso na postagem da minha rúbrica semanal. A nossa actividade não é profissional, pelo que compreendam que em certas alturas temos de dar prioridade a coisas de maior valor. Ainda assim, com muito esforço, aqui estou eu para vos expôr os meus pensamentos e alguns conhecimentos sobre wrestling, claro. Apesar de continuar chateado com a WWE, o Unforgiven surpreendeu-me em alguns aspectos (épa... O main event deixou-me em pulgas, de maneira que consegui um stream e vi o raio do programa. Deixo aqui uma nota, se não concordarem com alguma coisa durante o texto, ou acharem alguns erros, agradeço que comentem, pois não estou a par dos desenvolvimentos das feuds, pois não vejo os programas semanais), mas outros, fizera-me continuar a creer que está tudo na mesma (não podia também ter partido com uma fasquia mais baixa, isso é certo), e até um argumento forte para me divorciar de vez da World Wrestling ENTERTAINMENT (se me entendem o trocadilho, o estado actual da promoção não é de WWE, é de WwE).

Tive um fim de semana atribulado em termos da minha actividade de espectador, no entanto não deixou de ser interessante e enriquecedor. Vi dois pay-per-views, o Hard Justice da TNA, e o Unforgiven da WwE. Ainda me considero um galego em termos de conhecimentos próprios em relação ao estado actual da TNA, apesar de com o visionamento do show ter sentido que subi um degrau. Para começar vou falar do supostamente mais pequeno, até porque vi em primeiro lugar e serve de ponto de partida para uma análise diferente ao Unforgiven que as situações me porporcionaram. Ambiente bem temperado, com fãs muito dedicados, apesar de moderados (nada de fanatismos tribais como em alguns casos), um dos factos que me faz apreciar bastante os programas da Total Nonstop Action, assim como excelentes comentadores na minha opinião, uma arena bastante original, remontando a elementos típicos de uma arquitectura Underground (estão na sombra da WwE, afirmam-se contra os tradicionalismos e os "lobbies" implementados no wrestling profissional de uma maneira geral, o slogan "This is TNA, the new face of professional wrestling não vos diz nada ?"). Aspectos secundários, quando se nota um balneário muito coeso, ética profissional parte a parte (wrestlers, officials, promoters), e principalmente a preocupação em oferecer um produto de características muito próprias, que tem na minha opinião, resultado muito bem em termos de crescimento da qualidade e do desenvolovimento da definições que caracterizam o programa. Falando naquilo que é o principal, os seja, os combates e as promos em si, gosto bastante, apesar de reconhecer que ainda estão num nível pouco dinâmico em certos ramos.





Ao contrário de muitos amigos meus, considero a TNA como uma opção alternativa credível ao "polvo do mercado", ainda que não uma concorrência (a curto/médio prazo díficilmente o será). O que me interessa é o espectáculo, e foi o que o Hard Justice me trouxe, facto que me deixou feliz pelo facto de poder dizer que ainda sou um adepto ferrenho do wrestling no geral. Vou começar pelo hilariante incidente que anconteceu aquando do fogo de artíficio que começou o show incendiou parte do stage, gerando uma preocupação e uma boa improvisação, o que me agradou bastante (ok, podem dizer que não teve piada nenhuma, mas certamente não veem as coisas da minha perspectiva...) Falando dos combates, abriu com um amperitivo que foi . muito solto e tipicamente indy, apesar de as coisas terem corrido bem. Seguiu-se um grande combate com uma storyline muito sugestiva, empregando o factor underdog para mim de maneira excelente e bem diferente, mais adulta e realista em relação ao que se passou no quintal vizinho por volta de Abril. Estou a falar claro do Bruther Runt contra Abyss. Foi técnico em dose q.b, violência no seu melhor, excelentes performances parte a parte (o Jame Mitchell também conta), Abyss dentro do seu estilo físicamente demolidor, apesar de demostrar um "savoir fair" muito agradável de se ver e Runt a fazer um combate dentro das suas características físicas e da gimmick, e tenho de o dizer, o guião de combate foi fantástico, realmente de fazer inveja (não fazem melhor também por comodismo) aos bookers/creativos da WwE. Tal foi também evidente no combate seguinte, que segundo as críticas, foi um dos melhores do ano. "The Undeafeated Samoan Submission Machine" Samoa Joe contra a "War Machine" Rhyno, contra um dos melhores wrestlers da actualidade para mim (2x Bobby Lashley), Monty Brown. Apesar de o combate pelos títulos de Tag Team ter sido bastante bom (AJ Styles e o Fallen Angel Chris Daniels, dois dos meus preferidos contra o trio do momento, Latin American Exchange), este excedeu quaisquer espectativas, apesar dos elementos serem excelentes. Rhyno trouxe maturidade, consegração e a nostalgia hardcore dos tempos da ECW (como a TNA dos nossos dias, outrora com uma acessibilidade diminuta e conseguentemente, público próprio) a um grande combate que contou com a frescura física e a competência técnica acima da média de Brown (o Vince já anda a aliciá-lo, e meus amigos, para ele querer comprar qualquer coisa de uma concorrência que simplesmente despreza é porque é mesmo anormal. Lindo era vê-lo enterrar-se assim) e, dispensando apresentações, Joe é muito bom em todas as funções e requisitos possíveis e imaginários de um wrestler, representando a epítome da nova geração de wrestlers, ao lado de CM Punk, Styles, American Dragon Bryan Danielsson e o grande Austin Aries.

Nota para o verdadeiro combate de wrestling feminino entre Sirelda e a excelente Gail Kim, apesar de não ter sido nada de grande destaque (apenas pelo facto de na WwE não existir um espírito de competição entre aquelas "porquitas" que sugem das rejeições das Playboys e das Penthouses, o que para mim é um desrespeito e uma tentativa de fazer parecer o dito sexo fraco) e para a triple threat pelo título da X-Division, que sim, foi um bom combate, mas nada de especial (não sou fã do Senshi nem do Williams). Igualmente agradável, não mais do que isso foi o combate entre Sabin e Shelley. Quanto ao tão "hypado" main-event, gostei, ao contrário da maioria dos críticos, mas apartir de uma determinada fase. Acho que apesar de estarem a dar nome à TNA, Sting e o Jarret já se arrastam um pouco no ringue, e algumas divergências conceituais foram evidentes durante o combate. Christian e Streiner estiveram bem, cumprindo os seus papéis, apesar de detestar militantemente esse culturista de segunda classe. O final foi muito interessante (sim sim, não estou muito a par dos desenvolvimentos, mas pareceu que o pessoal investiu a sério no combate, pelo que em determinada dose as perspectivas dos fãs mais antigos que eu, um caloiro lol, tenham saído um bocado furadas).




Mas não é o meu objectivo estar aqui a falar de um pay-per-view que já passou há cerca de um mês. Atmbém o é, assim como dar um empurrãozinho ao pessoal que se sentem incomodados com o facto da serem fãs da WwE, e que efectivamente, gostam e percebem de wrestling, de modo a focarem-se de vez na TNA. Falando agora do Unforgiven, uma da manhã, a par do Wolve, lá estávamos nós todos espectantes em relação ao main event, eu com uma vitória do meu wrestler preferido dos que se encontram neste momento na Raw, ele mais desconfiado, e com razões para isso. O show começou com um bom combate na minha opinião, Jeff Hardy defrontou Nitro pelo título Intercontinental, o que originou um bom espectáculo com bons momentos de wrestling, uma coisa rara nos dias que correm. O ritmo começou por ser imprimido por Hardy, que ao príncipio parecia estar a dominar por completo, mas não tardou a ser apanhado por Johnny Nitro, um performer de excelência que está a sofrer uma notória metamorfose, transformando-o numa estrela típica da WwE (olhem para o estilo do HBK e do HHH, vejam o combate e diagam qualquer coisa). Após dezanove minutos de wrestling técnico, tinham de fazer merda ao retirarem o protagonismo quase todo à performance devido ao desfecho irritante e imprevisível de tão usado e repassado que está (não deixa de ser irónico). Sem mais comentários, aquele que poderia ter sido um dos melhores do ano na minha opinião (dentro da WwE), ficou-se apenas por um bom combate entre as muitas coisas ridículas que por lá flutuam. Seguiu-se sem demoras Kane contra Umaga. Básico, mas ainda assim, melhor do que pensava. Vá lá, não cuspiram na cara do veterano Glenn Jacobs e tentaram um consenso mútuo que para mim, era previsto. Quanto ao combate em si, foi vulgar, básico, digno de um Raw um bocadinho avantajado (em relação ao panorama habitual). Para terminar a série de combates menos cotados, entraram em cena os Spirit Squad contra os Highlanders num contest de Gimmick rídicula infantil contra Gimmick rídicula Infantil, sem grandes recursos, com alguma dinâmica mas vulgar e aborrecida de tal forma que até passei dois minutinhos pelas "brasas". O final não me aqueceu nem me arrefeceu, terminando o suposto aperitivo para outros quatro combates de aposta séria. O balanço é um grande meio termo, aborrecido, sem inovação ou quaisquer matérias de destaque, apesar de estar longe de mau.

Achei o Hell in a Cell extremamente pobre em todos os sentidos. A acção extrema foi de pertença acção no holds bared, sem uso explícito de alguns pré-conceitos que devem fazer parte de qualquer hell in a cell, o que foi um grande, grande erro. O Big Show foi mal usado, apenas para dar alguma credibilidade a um suposto equilíbrio entre as duas forças opostas. Parece que a feus continua nos mesmos termos desde o Backlash (só mudou a adição do Triple H, a remoção dos SS e a nova roupagem que os "cotas" arranjaram, denominada, Degenaration-X, o que é só fachada), facto que, com alguma reflexão têm sério potêncial de me fazer caír da cadeira a rebolar de tanto rir. Passando à frente, Trish contra Lita foi muito bom. Apesar do "coito interrompido" (o streaming falhou) tive oportinudade de o rever integralmente, e foi de facto uma homenagem digna e justa a uma verdadeira Diva, no literal sentido da palavra. Ficou no ar o facto de como irão eles resolver a questão da continuidade de uma suposta competição feminina disfarçada, muito mal. Surpreendentemente, Orton contra Carlito também foi bom, apesar de pior do que o anterior. Deu-me a ideia de ter sido como um number one contenders match não assumido, mal construído e mal desenhado, que até deu alguma liberdade de improvisação ao encontro que fez com que o ppv subisse um bocado na minha consideração, apesar da desilusão que foi o main event. Depois de uma ovação de "fazer a casa caír", depois de uma das mais apaixonadas e sofridas performances do Edge, depois de um bom desempenho de Cena (raro, é que não implicou demonstrações técnicas), o pior confirmou-se, e lá temos aquela figurinha decorativa e caricata com o prémio de campeão da WWE (só o peso do nome entregue a um brawler inibido com uma gimmick de pacóvio, pois notei uma certa tristeza intencional por parte de John, apesar do Keyfabe em lhe terem dado a vitória, quando as suas necessidades são outras. Nem é tão burro quanto isso.)





Devido aos desfechos dos combates, ao espírito infantilóide e leviano que ainda paira em quase todos os combates, e aos bookings que deixaram algo a desejar, o PPV não foi BOM, foi bastante razoável, tendo principalmente em conta o nível médio deste ano. Conclusão, estou ainda mais desiludido não com os atletas da WwE, mas com a logística e com os príncipios da promoção. A "pedrada" que assolou a minha cabeça durante o dia de escola seguinte não recompensou. Fico naquela clássica de "é disto o melhor que têem para dar ?", pois analisando combate a combate, qualquer entendido pode afirmar que este vale a pena, numa análise fria e abstracta. Cheguei à conclusão que isto comigo não está mesmo a funcionar de maneira definitiva. Entretanto, TNA espera por mim... Estou cada vez mais fascinado com a juventude e com aqueles homens que posso dizer que presenciei em tempo real os seus maiores feitos, ao contrário dos "vossos heróis" (serve a carapuça...) Por hoje é tudo.

Fiquem Bem ;)

Nitro (dsnitro_23@yahoo.com.br)

 
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